Concessão de parques abre oportunidades a profissionais de turismo e fomenta a economia 01/12/2022 - 15:38

Parque Vila Velha possui 22 colaboradores diretos e outros 15 indiretos. Profissionais atuam como guias e monitores dos novos atrativos disponibilizados na Unidade de Conservação. Movimento também beneficia o comércio e a hotelaria.

 

O turismo sustentável, com aproveitamento de espaços naturais, pode contribuir com o aumento de oportunidades de emprego. Foi nesse sentido que os moradores do entorno do Parque Vila Velha, nos Campos Gerais, ganharam novas perspectivas de atuar na área do turismo, após a

concessão à iniciativa privada, em 2020.

Atualmente, o local possui 22 colaboradores diretos. Destes, aproximadamente 80% moram no Jardim Vila Velha, comunidade vizinha dos atrativos naturais. Diego Fernandes Daniel é um deles. Há 15 anos atuando no ramo, ele conta que seu avô foi um dos primeiros guias turísticos do parque.

“Quando o Governo do Estado falava em concessão, a grande maioria dos funcionários do parque tinha esse medo de ficar desempregada. Mas a realidade foi totalmente diferente. Eu mesmo fui promovido e passei de monitor para encarregado operacional de atividades de aventura com os novos atrativos, além de receber treinamentos por parte da empresa privada”, disse.

Em dias de maior visitação, a Soul Park, que administra o local, aciona até outros 15 profissionais da comunidade vizinha para auxiliar na recepção aos visitantes. “Muitos funcionários antigos também trabalham no restaurante do parque. A empresa também nos garante condições melhores de pagamento”, destacou Diego.

Desde 2020, o Parque Vila Velha ganhou atrações de aventura, como voo cativo em balão estacionário, circuito de arvorismo com dez desafios num bosque de Araucárias, tirolesa de 200 metros de extensão para um sobrevoo sobre a Furna 2, além de um trajeto de 22 quilômetros de um circuito especial de cicloturismo.

A concessão de Unidades de Conservação (UC’s) integra o programa Parques Paraná, desenvolvido pelo Instituto Água e Terra (IAT), com suporte da Superintendência Geral de Parcerias do Paraná (SGPAR), ambos vinculados à Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest).

“O ecoturismo e o turismo de aventura, bem coordenados e planejados, são instrumentos para a conservação da biodiversidade em um Estado com mais de 1,2 milhão de hectares de Unidades de Conservação”, afirmou o diretor de Políticas Públicas da Sedest, Rafael Andreguetto. 

Nessa modelagem, a iniciativa privada explora o espaço de uso público, com retornos ao Governo do Estado. Ou seja, após o período de contrato, o espaço será devolvido ao poder público com melhorias realizadas.

O superintendente-geral de Parcerias do Paraná, Ágide Eduardo Meneguette, lembra que a concessão é diferente da privatização. “Em um modelo entregamos ao privado e, no outro, apenas concedemos essa exploração por um período determinado e os benefícios retornam aos paranaenses. A empresa que administra hoje Vila Velha vem demonstrando esse cuidado com o meio ambiente e o cumprimento do acordo de concessão”, disse.

CAPACITAÇÃO – Além de guiar os visitantes, os profissionais do Parque Vila Velha são responsáveis por explicar a história geológica da formação das rochas. O gestor executivo da Soul Park, Leandro Ribas, lembra que para recepcionar os turistas, cerca de 120 profissionais também passaram por capacitações. De acordo com ele, a indicação é que grupos com aproximadamente 15 pessoas sejam acompanhados de guias turísticos.

“A contratação de guia especifico é indicada para que as pessoas tenham uma imersão ainda maior dentro dos atrativos do parque. Fazemos a capacitação desse guia com todas as histórias, lendas como surgiram as formações rochosas, de uma maneira mais adequada para esse grupo maior. Além da experiência ser mais proveitosa pelo público, isso faz com que os guias tenham uma fonte de receita extra”, disse.

O gerente destacou, ainda, que a concessão do parque também abre novas oportunidades de emprego no comércio e na hotelaria, com a atração de mais visitantes na região.

ATRATIVOS – Com 3,1 mil hectares, o parque possui diversos atrativos naturais, entre eles os arenitos, as furnas e a Lagoa Dourada.

Os gigantescos arenitos são formações rochosas provocadas pela ação dos ventos e das chuvas durante os últimos 600 milhões de anos. Alguns lembram figuras como índio, noiva, garrafa, bota e a famosa taça, cartão-postal e símbolo do parque.

As furnas são caracterizadas como crateras areníticas circulares de grande diâmetro e paredes verticais de até 100 metros de profundidade. Já a Lagoa Dourada possui a mesma origem das furnas e é um importante local para a reprodução de peixes como a traíra, o bagre e a tubarana.

CONCESSÕES – Outras três áreas foram aprovadas pelo Conselho do Programa de Parcerias do Parcerias do Paraná para a exploração do turismo por meio de parcerias com a iniciativa privada. O Parque Estadual do Guartelá, em Tibagi, está em fase de recebimento de propostas das empresas interessadas em participar do processo de licitação.

Também estão em fase de estudos técnicos e instrumentos licitatórios o Jardim Botânico de Londrina e o Monumento Natural Salto São João, em Prudentópolis.


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 Atualmente, o local possui 22 colaboradores diretos. Destes, aproximadamente 80% moram no Jardim Vila Velha, comunidade vizinha dos atrativos naturais.

 Em dias de maior visitação, a Soul Park, que administra o local, aciona até outros 15 profissionais da comunidade vizinha para auxiliar na recepção aos visitantes.

 

 

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